Deputados mineiros aprovaram Projeto de Lei onde homens que se sentirem de outro sexo poderão usar banheiro feminino. Se for impedido, dono do comércio será multado. Agora a decisão ficou nas mãos de Zema, se veta ou não.
A Assembleia aprovou em 2° turno nesta quinta-feira (2/9), um projeto que trata da discriminação contra orientação sexual, identidade ou expressão de gênero.
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou nesta quinta-feira (2/9) um projeto de lei que trata da discriminação contra orientação sexual, sua identidade de gênero ou sua expressão de gênero de uma pessoa. A proposta levantou uma polêmica durante a discussão e o deputado Bruno Engler (PRTB) chegou a dizer que ela “acaba com o conceito de homem e mulher em Minas Gerais”
O texto propõe uma alteração na legislação de 2002, que determina a imposição de sanções à pessoa jurídica por ato discriminatório praticado contra pessoa em virtude de sua orientação sexual. Ele acrescenta também a identidade de gênero ou expressão de gênero e prevê uma multa de 850 (oitocentas e cinquenta) Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais – Ufemgs – a 45.000 (quarenta e cinco mil) Ufemgs, ou seja, de R$ 3.350 a R$ 177.480.
O deputado Bruno Engler, ao pedir o adiamento da votação do projeto, criticou o texto e afirmou que é uma discussão perigosa. “A gente já tem uma lei de 2002 que prevê multa para discriminação contra orientação sexual, o que isso está fazendo é ampliar esse escopo para identidade de gênero e expressão de gênero, que é um escopo extremamente abstrato, que vai abrir um regramento jurídico muito perigoso. Porque aí a gente parte do princípio que se um dono de estabelecimento impedir um travesti de adentrar o banheiro feminino, pode ser multado em mais de R$ 170 mil”, afirmou.
O parlamentar chegou a dizer que a proposta dá liberdade para homens abusarem de mulheres nos banheiros dos estabelecimentos. “E pior: aqui diz que não impõe nenhuma característica física, de cirurgia ou coisa que o vale. Então qualquer pessoa que se dizer identificada com o gênero oposto, assim tem que ser tratada. Então chega um ‘marmanjão’, de 1,90m, barbudo e diz que se sente mulher, ele pode acessar qualquer espaço destinado às mulheres dentro de um estabelecimento. Ele pode adentrar o banheiro feminino junto das mulheres, junto com as meninas que ali frequentam e isso é uma coisa muito perigosa”, alegou.
Engler citou um exemplo de um estuprador que foi preso na Inglaterra há três anos, em setembro de 2018. “A gente vê que essa questão da ideologia de gênero, no mundo, abusos aumentando. A gente teve um caso na Inglaterra com um estuprador que foi preso, se declarou transgênero, foi para a prisão feminina e estuprou as detentas. Ele usou este ‘politicamente correto’ imposto na Inglaterra de que a pessoa que se declarar transgênero tem que ir para prisão feminina, para abusar de outras detentas”, disse.
Vale lembrar que, neste caso, o histórico da presa não foi devidamente avaliado na época. Karen White, de 52 anos, havia cumprido um ano e meio de prisão numa ala masculina, quando ainda se identificava como Stephen, por conduta obscena contra um menor. O caso levantou críticas pelo fato de o histórico da presa ter sido desconsiderado em seu processo de transferência para a ala feminina.
O deputado também citou um outro caso, que ocorreu em março de 2017. “Temos um caso nos Estados Unidos, de uma mulher trans, que é um homem biológico que se entende como mulher, que abusou de uma criança no banheiro. A gente cria aqui um precedente para impedir que qualquer funcionário ou dono de estabelecimento possa agir na proteção das mulheres de Minas Gerais. É muito perigoso o precedente que este projeto abre”, criticou.
Ele chegou a dizer que o projeto acaba com o conceito de homens e mulheres. “Nós já temos uma lei que impede a discriminação contra os homossexuais e isso é uma ampliação no escopo muito perigosa que acaba com o conceito de homem e mulher em Minas Gerais e expõe a risco as mulheres e meninas mineiras. Eu acho que é um projeto muito complexo, muito perigoso, a gente precisa de mais tempo para se debruçar sobre ele e por isso o requerimento de adiamento de discussão”, concluiu.
Contraponto