Homem acusado de matar servidor público no ano passado é julgado em Extrema, MG
Está sendo julgado nesta quarta-feira (21) em Extrema (MG) o homem acusado de matar o servidor público Cesar Augusto de Oliveira, de 48 anos, em outubro do ano passado. Cesar foi encontrado morto, amordaçado, amarrado e parcialmente queimado no dia 24 de outubro de 2021. Fabiano Aparecido Moreira foi preso logo após o crime e levado para o Presídio de Pouso Alegre (MG).
Segundo o delegado responsável pelo caso, a vítima teria tido relações sexuais com o suspeito na noite do crime. Eles teriam discutido por causa de drogas e, durante a briga, o suspeito teria dado um “mata-leão” e deixado Cesar desacordado. O homem confessou para a PM que amarrou mãos e amordaçou a vítima. O suspeito também disse aos militares que não se lembra de todos os detalhes por ter feito o uso de entorpecentes.
De acordo com a Polícia Civil, imagens do circuito de segurança ajudaram a localizar o suspeito pelo crime. Conforme as imagens, por volta das 23h, a vítima estava com mais quatro amigos, até que uma hora depois teve o primeiro contato visual com o suspeito, de 29 anos.
As imagens ainda mostram que o suspeito passa por várias vezes na frente da mesa de César, fica longe, até que encontra uma oportunidade de sentar.
Já sentado, as imagens mostra que ele conversa com a vítima e os amigos. Minutos depois, os amigos vão embora e os dois ficam sozinhos. A filmagem registra que César paga a conta, volta e acena mais uma vez. Um vai à frente do outro e na porta seguem o mesmo lado.
Pedido de apuração
Na época do crime, o Coletivo LGBT de Extrema publicou uma nota em que pediu a apuração do crime como homofobia. Entretanto, o delegado responsável pelo caso, Valdemar Lídio Gomes Pinto, descartou a possibilidade de crime de homofobia.
“Os dois saíram, a vítima saiu na frente e o autor logo em seguida. Ambos entraram no carro da vítima e foram até a casa da vítima, onde eles mantiveram relações sexuais. Não vejo nenhum indício de discriminação, preconceito ou ódio pela pessoa ser homossexual, foi uma tragédia. Tiveram uma relação, eram conhecidos, estavam bebendo juntos ali, houve esse desentendimento, este conflito entre eles por conta da não existência de drogas, mas o rapaz devia estar muito fora de si naquele momento e fez essa besteira”, afirmou o delegado.
O crime
Segundo a Polícia Militar, Cesar Augusto de Oliveira, de 48 anos, foi encontrado na manhã do dia 24 de outubro de 2021 com as mãos amarradas, com o corpo parcialmente queimado e sem roupas.
A irmã da vítima, que mora no mesmo terreno, disse que não conseguia falar com Cesar e por isso foi procurá-lo na casa dele. Ao entrar no quarto ela encontrou o irmão em cima da cama, com as mãos amarradas e sem as roupas. Parte do colchão também ficou queimado.
Após o crime, o carro da vítima foi levado. O veículo foi encontrado ainda no domingo na Serra do Lopo, também parcialmente carbonizado.