Polícia prende criminosos que aplicavam golpe do falso emprego em Belo Horizonte.

Três homens e duas mulheres foram presos suspeitos de participação em uma quadrilha que aplicava o golpe do falso emprego em Belo Horizonte. Na tarde desta terça-feira (5), a Polícia Civil deu detalhes do caso e informou que 13 vítimas já denunciaram, mas o número pode ser maior.

A investigação começou há mais de um ano. Os alvos dos estelionatários eram pessoas de 14 a 21 anos, que estavam à procura da primeira oportunidade de emprego.

Polícia Civil deu detalhes do caso nesta terça-feira — Foto: Danilo Girundi / TV Globo

“Trata-se de uma organização criminosa em que os criminosos se passam por funcionários e proprietários de uma empresa de RH. Eles fazem contato com a vítima por ligação ou WhatsApp noticiando uma vaga de emprego, chamam elas até o estabelecimento na região central de Belo Horizonte e lá eles afirmam que existe a vaga, mas para que seja formalizado esse contrato há necessidade de realizar um curso. É um curso fraudulento, vendido e realizado pelos próprios criminosos como uma condição para que tenham essa vaga de emprego”, explicou a delegada Lígia Mantovani.

Busca por vítimas nas escolas

Segundo a policial, o primeiro contato com as vítimas era realizado quando os bandidos iam até as escolas oferecendo as vagas. Nesse momento, uma ficha era preenchida pelos interessados. A partir daí, no decorrer do processo, eles ofereciam cursos de informática, administração, entre outros.

As vítimas compravam o curso e depois descobriam que era falso. Ainda de acordo com a delegada, o valor cobrado variava de acordo com o que a quadrilha analisasse da vítima.

“Os estelionatários faziam uma leitura das condições da vítima e cobravam de acordo com que eles sentem que essa vítima teria condições de pagar. Têm vítimas que noticiaram o pagamento de R$ 2 mil, outras que noticiaram R$ 1.500 e teve vítima que tinha só R$ 300 e eles aceitaram. O objetivo era ludibriar”, detalhou Lígia.

Procurada pela reportagem do g1 Minas, a Secretaria Estadual de Educação informou que “a investigação está sendo executada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), em caráter sigiloso, não sendo possível afirmar que se trata de uma escola da rede estadual de ensino. Ressaltamos que não há qualquer orientação da SEE/MG para que as unidades escolares recebam e realizem esse tipo de ação”.

Suspeitos tinham funções divididas

 

Ao todo, a Polícia Civil cumpriu cinco mandados de prisão e seis de busca e apreensão entre essa segunda-feira (4) e esta terça. Entre os presos estão o idealizador do golpe, que passou o ponto para os dois sócios.

Ele cobrava uma porcentagem dos negócios. Os sócios repassavam entre R$ 4 e R$ 20 mil por semana. Também foram presas a pessoa que fazia o encaminhamento da vítima e outra que montava o falso curso.

Material foi apreendido durante operação da Polícia Civil — Foto: Polícia Civil / Divulgação

O grupo pode responder por estelionato e organização criminosa. Somadas, as penas podem chegar a 13 anos de reclusão. Quem tiver caído no golpe deve procurar uma Delegacia da Polícia Civil e denunciar.

G1 MG