Vale pede prorrogação de prazo para eliminação de barragens a montante em MG.

Às vésperas do fim do prazo para eliminação de barragens a montante em Minas Gerais, a Vale informou nesta terça-feira (22) que está acionando a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) para pedir mais tempo para descaracterizar 23 estruturas. Pela legislação estadual, a data-limite para o descomissionamento é esta sexta-feira (25).

“A solicitação, que foi iniciada nesta segunda-feira (21), é feita em razão da inviabilidade técnica para o cumprimento dos prazos devido principalmente às ações necessárias para aumentar a segurança diante da complexidade das obras, que representam aumento de riscos para as estruturas”, disse a mineradora em nota.

Barragens a montante são do mesmo tipo das estruturas que se romperam em Mariana, em 2015, e Brumadinho, em 2019. O primeiro desastre vitimou 19 pessoas. Já o segundo deixou 270 pessoas mortas.

Veja quais são as 23 barragens que a Vale quer mais prazo para descomissionar:

  • B3/B4 (Nova Lima)

  • Sul Superior (Barão de Cocais)

  • Vargem Grande (Nova Lima)

  • Grupo (Ouro Preto/Itabirito)

  • Forquilha I (Ouro Preto/Itabirito)

  • Forquilha II (Ouro Preto/Itabirito)

  • Forquilha III (Ouro Preto/Itabirito)

  • Baixo João Pereira (Congonhas)

  • Doutor (Ouro Preto)

  • Campo Grande (Mariana)

  • Xingu (Mariana)

  • Dique Auxiliar B5 (Nova Lima)

  • Dique 2 Pontal (Itabira)

  • Dique 3 Pontal (Itabira)

  • Dique 4 Pontal (Itabira)

  • Dique Minervino (Itabira)

  • Dique C. Nova Vista (Itabira)

  • Ipoema (Itabira)

  • Dique 1A (Itabira)

  • Dique 1B (Itabira)

  • Área IX (Ouro Preto)

  • Ed. Monjolo (Santa Bárbara)

  • Ed. Vale das Cobras (Rio Piracicaba)

Segundo a Vale, além de apresentar os pedidos à Feam, as solicitações foram formalizadas na Agência Nacional de Mineração (ANM).

De acordo com informações da empresa, de 2019 até agora, apenas quatro barragens a montante foram eliminadas no estado.

A empresa espera finalizar o processo de descomissionamento somente em 2035.

“A atualização mais recente do Programa de Descaracterização indica que 90% das barragens deste tipo serão eliminadas até 2029 e 100% até 2035. As estruturas com maior prazo são aquelas de maior risco, mais complexas e que envolvem um volume de rejeitos maior”, disse.

A reportagem procurou o governo de Minas e a ANM, que não haviam se manifestado até a publicação desta reportagem.

G1 MG