O pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, Sergio Moro, divulgou uma carta nesta segunda-feira (7) com os princípios cristãos que serão defendidos por ele no caso de vitória nas eleições. Dentre os pontos elencados no documento, Moro se coloca contra o aborto.
“Defenderemos a não ampliação da legislação em relação ao aborto e faremos a defesa da preservação da vida humana em todas as suas manifestações, conforme lei brasileira em vigor”, diz o documento.
Além disso, Moro defende a adoção de políticas para a ressocialização de presos, “com o incentivo ao trabalho e à educação, objetivando a desvinculação de gangues ou de grupos criminosos organizados e garantindo a atuação de entidades confessionais ou laicas nessa atividade”.
Moro delimita território adversário e avança entre conservadores
Outro ponto importante da carta versa sobre a ideologia de gênero. Moro fala em valorizar a autonomia da instituição familiar, mas diz que respeitará “as preferências afetivas e sexuais de cada indivíduo e a preservação dos direitos de cada um dos seus membros”. De todo modo, ele frisa que “o Estado deve evitar ao máximo invadir a esfera da liberdade privada, assim como deve preservar as crianças e adolescentes da sexualização precoce”.
Moro ainda se posiciona de forma favorável à não incidência do IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana) sobre templos religiosos de qualquer culto, ainda que os imóveis sejam alugados.
“Prestigiaremos o papel constitucional colaborativo das Organizações Religiosas e de Terceiro Setor confessionais na assistência social, desestimulando exigências restritivas desproporcionais às instituições e seus membros e garantindo os benefícios legais e constitucionais, bem como a imunidade tributária e o direito de acomodação dos dias sagrados”, destaca.
Moro afirma que respeitará e tratará com dignidade “todas as pessoas, religiões e crenças, sem fomentar discursos de ódio, disseminação de preconceitos ou estereótipos contra qualquer pessoa, religiosa ou não”.
“Valorizaremos as Liberdades Civis Fundamentais e, particularmente, a Liberdade de Expressão, respeitando a opinião discordante, e a Liberdade Religiosa e de Culto de forma ampla, nas mais diversas esferas de manifestações legítimas. Resguardaremos o exercício da atividade religiosa de qualquer natureza, observando-se a essencialidade desta atividade para a vida das pessoas, sem restrições arbitrárias”, frisa.
O ex-juiz também diz que, em atenção à isonomia e equidade da disputa eleitoral, não buscará divulgar propaganda política em reuniões destinadas, exclusivamente, a missas e a cultos promovidos pelas igrejas, pois, segundo ele, são local e momento inapropriados.
Moro ainda salienta que não vai solicitar quaisquer trocas de favores institucionais, objetivando o financiamento de campanhas eleitorais, às organizações religiosas ou pessoas físicas que as representam.
“Buscaremos o apoio individual das lideranças eclesiásticas e de influenciadores do segmento, mas não será perseguido o apoio institucional expresso de igrejas, para evitar quaisquer constrangimentos pessoais ou distorções do pleito eleitoral, respeitando a autonomia da consciência e a liberdade individual.”
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