Cenário de atenção foi declarado devido ao risco de aumento do déficit hídrico em rios e demais cursos d’água.
Agência Estadual de Recursos Hídricos declara estado de atenção sobre situação hídrica no ES
A Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) declarou estado de atenção sobre a situação hídrica no Espírito Santo. A resolução com a declaração e recomendações de uso racional da água foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta sexta-feira (24).
O cenário de atenção foi declarado devido ao risco de aumento do déficit hídrico em rios e demais cursos d’água de domínio do Espírito Santo.
De acordo com o diretor-presidente da Agerh, Fábio Ahnert, a queda nas vazões dos mananciais e a possibilidade de não ocorrência de chuvas em volumes suficientes demandam maior atenção do poder público, das companhias de abastecimento e dos usuários de água.
“Diferentemente das regiões banhadas pela bacia hidrográfica do Rio Paraná, que sofrem com a falta d’água desde o primeiro semestre, o Espírito Santo ainda está conseguindo ofertar água em quantidade e qualidade para todos, mesmo em um dos meses mais críticos do período seco. No entanto, chegamos a um momento, no qual os volumes dos rios seguem em queda, o que requer atenção e esforços de economia para evitarmos a escassez hídrica”, explicou Ahnert.
Recomendações
A resolução que declara o estado de atenção para a situação hídrica recomenda uma série de medidas voltadas ao uso racional da água em vários segmentos.
- Companhias públicas e privadas de saneamento e serviços autônomos municipais de água e esgoto
Às empresas e organizações responsáveis pelo abastecimento urbano de água, a Agerh recomenda medidas de incentivo à economia do consumo diário de água pela população, intervenções para redução do índice de perdas do sistema de distribuição, e a agilidade no atendimento às solicitações de reparos de vazamentos em suas redes.
- Prefeituras
Às prefeituras dos 78 municípios do Espírito Santo são recomendadas ações que reduzam e responsabilizem atividades promotoras do desperdício de água, como lavagem de calçadas, fachadas, muros e veículos com o uso de mangueiras; a rega de gramados, jardins, vias públicas com água que não seja de reuso.
- Indústrias
Medidas de reuso, reaproveitamento e reciclagem de água em suas unidades são as recomendações da Agerh para a redução do consumo em empreendimentos industriais.
- Agricultura
Aos usuários e empreendedores agrícolas, o estado de atenção demanda a adoção do período noturno para a irrigação de lavouras, a ampliação do uso racional e de captação de águas de chuva.
- Órgãos licenciadores
A Agerh recomenda aos órgãos responsáveis pelo licenciamento de atividades poluidoras, potencialmente poluidoras, degradadoras ou potencialmente degradadoras, que imponham aos empreendimentos a adoção de medidas para a ampliação do uso racional, do reuso e aproveitamento de águas residuais tratadas, da captação de águas de chuva e de ações de reflorestamento e conservação de água e solo. Recomenda ainda a desburocratização do licenciamento de atividades e intervenções emergenciais destinadas ao aumento da oferta hídrica.
“Em paralelo, a Agerh vai reforçar ainda mais o monitoramento dos rios e da chuva, em parceria com os órgãos estaduais e federais, e ampliar as ações de fiscalização nos locais mais sensíveis à estiagem”, complementou o diretor-presidente da Agência.
“É muito importante que todos os capixabas se unam em prol de um uso mais consciente da água, para que continuemos atravessando esse período seco com tranquilidade e sem prejuízo, até o retorno das chuvas”, recomendou.
G1 ES