Campo Grande lidera o ranking nacional na proporção de adolescentes, entre 13 e 17 anos, que experimentam drogas, cigarros eletrônicos, brigam em escola e ficam irritados, dentre as capitais do país.
Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com dados de 2019. O levantamento aponta para uma preocupação crescente de especialistas: a popularidade do “vape” e do narguilé entre os jovens.
Superando a média nacional, em Campo Grande, 41,5% dos estudantes fumaram cigarro pelo menos uma vez, colocando a capital no topo do ranking. Na sequência, estão Rio Branco (30,9%) e Palmas (29,1%). No Brasil, esse índice foi de 21,0%.
Em relação ao percentual do narguilé, Campo Grande novamente lidera com 51,1% dos estudantes que experimentaram o produto. Na sequência, estão Brasília ( 46,7 %) e Curitiba (44,5%). No Brasil, esse índice foi de 28,9%.
Ao g1, o médico cirurgião Carlos Freitas alerta para os riscos do tabagismo. “O tabagismo está relacionado a várias doenças graves, inclusive câncer. Todos esses aparelhos são viciantes, e quanto a quantidade de danos é difícil mensurar pois não conhecemos tudo que tem no narguilé ou cigarro eletrônico. É preciso alertar a população sobre a importância de evitar o tabagismo”.
O levantamento também apresenta que o percentual de alunos do 9º ano do ensino fundamental que sofreram algum episódio de embriaguez na vida foi de 53%, em Campo Grande. Na divisão por sexo, 56,8% dos estudantes eram mulheres e 47,7% homens.
Já o percentual de alunos que tiveram problemas com família ou amigos, perderam aulas ou brigaram, uma ou mais vezes, porque tinham bebido, foi de 19,6%. Esse é o maior índice entre as capitais brasileiras. Recife (19,5 %) e Brasília (19,3%) estão na segunda e na terceira posição.
Comportamento
Entre as capitais, Campo Grande registrou o maior percentual (50,1%) de alunos que se sentiram irritados, nervosos ou mal-humorados na maioria das vezes ou sempre, nos 30 dias anteriores à pesquisa. A média nacional foi de 43,9%.
O levantamento traz informações sobre alimentação, atividade física, cigarro, álcool, outras drogas, situações em casa e na escola, saúde mental, saúde sexual e reprodutiva, higiene e saúde bucal, segurança, uso dos serviços de saúde, características gerais dos escolares, características do ambiente escolar, entre outros. A pesquisa é feita em parceria com o Ministério da Saúde e o apoio do Ministério da Educação.
G1 MS