Nas cidades com risco moderado, restaurantes poderão funcionar entre 10 horas e 18 horas e também aos sábados até às 16 horas.
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), apresentou nesta sexta-feira (10) ajustes adotados na metodologia da Matriz de Risco, que classifica o grau de risco dos municípios capixabas para o coronavírus em baixo, moderado, alto ou extremo.
Agora, o coeficiente de incidência da doença e a taxa de letalidade vão levar em consideração os dados referentes aos 28 dias anteriores.
Também foram retiradas três variáveis externas:
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a necessidade da permanência do município pelo período mínimo de 14 dias quando for classificado no risco alto;
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a classificação única das cidades da Grande Vitória (agora, cada município será avaliado individualmente);
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a regra limítrofe, que “estende” a classificação de risco alto a municípios vizinhos.
Casagrande explicou que as mudanças foram adotadas porque a Grande Vitória e o interior do estado estão em ritmos diferentes de evolução da doença.
“Como estamos, em alguns municípios – especialmente nos da Grande Vitória – em um momento de estabilidade, e os municípios mais importantes do interior ainda em um processo crescente de casos ativos, é importante que a Matriz represente isso”, disse o governador.
Restaurantes
Além disso, o governador Renato Casagrande comunicou a alteração das regras para o funcionamento de lanchonetes e restaurantes, a partir da próxima semana.
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Nos municípios classificados como risco baixo, não haverá mais limitação do horário de funcionamento.
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Nas cidades com risco moderado, os estabelecimentos poderão funcionar entre 10 horas e 18 horas e também aos sábados até às 16 horas.
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Nas cidades de risco alto, será permitido o funcionamento até às 18 horas, de segunda a sexta-feira.
Academias
Também haverá uma alteração nos critérios de funcionamento das academias de ginástica nos municípios de risco moderado.
A partir da próxima semana, os estabelecimentos não estarão mais limitados ao atendimento de até cinco alunos, de forma simultânea, mediante agendamento.
A regra permanece em vigor nas cidades classificadas como risco alto.
No entanto, todos os municípios devem continuar a seguir o protocolo de distanciamento mínimo entre os usuários.
‘Platô’ na Grande Vitória
Casagrande destacou o fato de a Grande Vitória atingir o chamado “platô” da doença, quando os novos registros se estabilizam no ponto mais alto da curva, sem uma queda brusca seja verificada logo na sequência, que seria a definição de um pico.
“Por demanda de leitos de UTI, em especial, pela chegada de amostras no Lacen, pelo número de pessoas procurando unidades de saúde, por esses dados, a gente chegou na Grande Vitória a uma estabilidade”, disse.
O governador alertou, entretanto, que o momento exige a manutenção dos cuidados de prevenção à doença, no sentido de evitar uma futura segunda onda de coronavírus.
“Chegamos ao platô, aparentemente, mas ainda não começamos a descer. Terá que ser uma descida suave, cautelosa. Vimos estados que deram passos maiores e tiveram que voltar atrás. Tem uma necessidade de a gente compreender que estamos no meio da caminhada”.
Casagrande ressaltou que o número diário de novos casos no estado tem se mantido acima de mil. Entretanto, ele relacionou a quantidade de confirmações ao número de testes que estão sendo feitos.
“O número de casos tem aumentado porque o número de testes tem aumentado. A gente distribuiu testes para municípios, o Lacen ampliou a capacidade de testes, as pessoas estão demandando laboratório privados. Quanto mais teste a gente faz, mais pessoas serão lançadas no sistema”, disse.
Ocupação dos hospitais
Nesta sexta-feira (10), a taxa de ocupação dos leitos de UTI destinados a pacientes em tratamento contra a Covid-19 está em 83% no estado. Na Região Metropolitana, esse índice está em 85%.
De acordo com Casagrande, os hospitais da Região Metropolitana estão conseguindo absorver os pacientes que procuram atendimento.
“Estamos tendo menor pressão sobre os hospitais na Grande Vitória. A Grande Vitória tem suportado a demanda das cidades polo. Estamos estáveis em relação ao atendimento hospitalar”, disse.
Municípios x decreto estadual
Alguns municípios do interior chegaram a ser notificados por descumprirem as medidas impostas em decreto estadual para o funcionamento do comércio.
Questionado sobre esse tipo de comportamento, Casagrande disse que entende o incômodo causado pelo fechamento das lojas, mas reafirmou que conta com a colaboração dos prefeitos e comerciantes no combate à doença.
“O tratamento dessa pandemia não é campeonato de punições e de multa. Eu, naturalmente, sei do incômodo que é um comércio não poder abrir todos os dia, no horário normal. Eu, mais do que ninguém, quero que o comércio abra todos os dias. A maioria dos prefeitos está contribuindo com esse trabalho e temos que pedir um pouco mais de tolerância e paciência desses empreendedores”, disse.