Centros de saúde e UPAs de BH têm filas, e pacientes reclamam de demora no atendimento.
A última semana de 2021 começou com movimento alto nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nos centros de saúde de Belo Horizonte. Muitos pacientes apresentam sintomas gripais e precisam esperar por horas por uma consulta.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, em 2020, foram realizados cerca de 273 mil atendimentos por doenças respiratórias nos centros de saúde. Neste ano, até domingo (26), foram 399 mil, um aumento de 46%.
Neste mês, 10.028 crianças e adolescentes de até 14 anos foram atendidos com doenças respiratórias nestes locais. O número é 173% maior do que o registrado em dezembro do ano passado.
Por volta das 12h desta segunda-feira (27), algumas pessoas aguardavam por atendimento havia mais de cinco horas na UPA Oeste, no bairro Jardim América.
A UPA Barreiro também estava lotada pela manhã. O motoboy Heverton Reis da Fonseca chegou ao local com sintomas de gripe e, depois de cinco horas de espera, ainda não tinha sido atendido.
“Estou com muita dor no corpo, tossindo muito, com dor no peito. Está lotado”, contou.
A doméstica Ivana Honorato da Silva está com a filha internada na UPA e diz que, dentro da unidade, a situação está ainda pior. “São poucos médicos para muita gente”, disse.
NA UPA Norte, o movimento também estava grande. Por volta das 12h, várias pessoas estavam sentadas no chão, no lado externo, à espera de atendimento. No fim de semana, houve até tumulto nessa unidade, por causa da demora para o atendimento .
Tumulto é registrado na UPA Norte, em BH, após demora no atendimento
Nos centros de saúde, a situação é a mesma. No bairro João Pinheiro, na Região Noroeste de Belo Horizonte, havia pacientes aguardando sentados na grama, do lado de fora.
“Eu estou praticamente desistindo, porque desde as 7h estou aqui e não consegui nada. Não tem atendimento, está faltando médico, não tem senha de nada”, disse a dona de casa Janeide Santos.
Crianças com febre e sintomas respiratórios também tiveram que aguardar junto de outros pacientes.
“A minha enteada está aqui com 38ºC de febre desde a hora que chegou aqui, 7h e pouco, está na fila, falaram que o atendimento seria priorizado porque é suspeita de Covid, e simplesmente ela está lá até agora. Está passando mal, já deitou no chão, infelizmente está no meio de todo mundo, porque não tem outra alternativa”, contou o repositor Marlison Santos.
No bairro Ermelinda, também na Região Noroeste, o posto estava cheio desde a hora que abriu.
O que diz a prefeitura
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, houve aumento na procura aos postos de saúde nesta segunda-feira (27).
“A gente vem observando, principalmente nos últimos meses, o paciente crônico, com hipertensão, diabetes, com uma desestabilização dos quadros crônicos, e também uma circulação viral da síndrome gripal, da influenza principalmente”, afirmou a diretora de Assistência à Saúde de Belo Horizonte, Renata Mascarenhas.
De acordo com ela, há desfalque nas equipes de profissionais, mas todos os pacientes serão atendidos.
“Nós estamos com uma falta de profissional médico na cidade, mas os centros de saúde têm a retaguarda deste profissional. Muitas vezes, você tem um período de espera um pouco maior, mas todas as pessoas serão atendidas quando procurarem o serviço de saúde”, disse Renata.
G1 MG