Denunciado nessa segunda-feira (11), por violência doméstica após a esposa ter fingido passar mal, o suspeito de agressões contra ela teve a prisão preventiva decretada pela Justiça nesta terça-feira (12). O caso aconteceu em Ribas do Rio Pardo, mas os primeiros episódios violentos tendo a jovem como vítima e o marido como agressor, foram registrados em Campo Grande.
“Se fosse solto, certamente praticaria feminicídio. Porque, da outra vez, ele foi solto e aí, para servir de lição, bateu novamente na esposa, chamou filhos para ver. Ela ficou com o rosto desfigurado. Atitude de lição para ela não denunciar mais. Uma situação extremamente grave”, fala o delegado Bruno Santacatharina.
Agora, com a prisão preventiva decretada, o delegado resume o que significa o trabalho investigativo parcialmente concluído: ‘missão cumprida’.
Agressividade
De acordo com a polícia, em janeiro deste ano a jovem, de 26 anos, teve também o rosto desfigurado pelo marido, agora com 33 anos, mas, na capital. Ao denunciar a agressão, ela contou que sofria violência física e psicológica constantemente.
O suspeito foi preso, mas acabou tendo a liberdade provisória determinada pela Justiça e, mesmo impedido de se aproximar da vítima, foi atrás dela e, segundo a polícia, a coagiu a retirar a proibição. Coação feita com agressões na frente dos filhos.
Já morando em Ribas do Rio Pardo, na última segunda-feira a vítima simulou passar mal, foi ao hospital da cidade e contou que estava sendo vítima de violência doméstica. O marido foi então preso.
Na denúncia, a mulher afirmou que o marido não a deixava sair de casa sem consentimento, restringia o acesso ao aparelho celular e redes sociais, a ameaçava, a xingava e a humilhava constantemente.
Ameaças e medo
Com a nova prisão do agressor, a Polícia Civil recebeu novas denúncias contra ele, que vão ser investigadas e constar no inquérito sobre a violência doméstica.
Conforme boletim de ocorrência, ele teria ameaçado funcionários da escola pública onde os filhos estudam, após um deles chegar chorando e sujo na escola, dizendo que o pai o havia jogado no chão. Conselheiros tutelares também teriam sido ameaçados.
Segundo a polícia, estas ameaças foram consignadas em atas, porém, com medo da agressividade do suspeito, que teria até ido à escola dos filhos com canivete, as vítimas até então não o tinham denunciado. “Ele estava ameaçando outras pessoas além da esposa”, afirmou o delegado.
G1 MATO GROSSO DO SUL