DF: pandemia fez desemprego subir para negros e cair para não negros.
Moradores negros do Distrito Federal viram o desemprego aumentar na pandemia, enquanto não negros observaram o efeito oposto. O desemprego de negros passou de 21% para 22,8% entre o primeiro trimestre de 2019 e o mesmo período de 2020, quando o Brasil registrou os primeiros casos de Covid-19. O desemprego de não negros caiu nessa mesma comparação temporal, de 15,8% para 15,1%.
Os dados são de um estudo da Codeplan (Companhia de Planejamento do Distrito Federal) e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), divulgado na manhã desta quinta-feira (18). A pesquisa mostra que o grupo de negros, formado por pretos e pardos, sofreu mais o impacto negativo da pandemia no mercado de trabalho do que o grupo de não negros, formado por brancos, amarelos e indígenas.
O desemprego total no DF subiu de 19,4% para 20,2% entre o início de 2019 e o começo de 2020, um aumento de 0,8 ponto percentual. A mesma comparação, mas com o recorte específico de negros, mostra um aumento bem maior, de 1,8 ponto percentual. Entre o período pré-pandemia e o começo deste ano, também há diferenças nos números de acordo com a raça.
A população negra ocupada no mercado de trabalho no primeiro semestre de 2019 era de 68,6%. Esse número caiu para 62,6% no primeiro semestre de 2021. Por outro lado, a população não negra aumentou a ocupação neste período, de 31,4% para 37,4%.
A pesquisa divulgada nesta quinta-feira é intitulada População Negra e Desemprego no Distrito Federal e faz parte de um boletim publicado anualmente pela Codeplan e pelo Dieese, em novembro, o mês da Consciência Negra. Outros recortes do levantamento apontam ainda mais desigualdade no que se refere às mulheres.
“Os desempregados do DF eram, majoritariamente, negros, representando 69,3% do total; por outro lado, os não negros eram 30,7% no primeiro semestre de 2021. As mulheres negras eram as mais penalizadas nesse aspecto, pois corresponderam a 38,1% dos desempregados do DF, seguidas pelos homens negros, cuja porcentagem no desemprego regional foi de 31,2%, enquanto 17,4% e 13,3% do contingente em desemprego eram formados por mulheres e homens não negros, respectivamente”, mostra o estudo.
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