Home ACONTECIMENTOS Ministro Barroso, afirma que prorrogação dependerá da duração da Pandemia. Corte ainda não definiu se haverá ou não prorrogação. Ele já se manifestou contrário.

Ministro Barroso, afirma que prorrogação dependerá da duração da Pandemia. Corte ainda não definiu se haverá ou não prorrogação. Ele já se manifestou contrário.

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Ministro Barroso,  afirma que prorrogação dependerá da duração da  Pandemia. Corte ainda não definiu se haverá ou não prorrogação. Ele já se manifestou  contrário.

Ministro do STF e próximo presidente do TSE também afirmou que regime militar não é possibilidade.

SÃO PAULO – As eleições municipais de 2020 podem ser adiadas, segundo Luis Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (SFT) e recentemente eleito próximo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

 

“Minha vontade é que a eleição aconteça no primeiro domingo de outubro como prevê a Constituição, mas ainda não é possível antecipar como estará a vida até lá”, xplica o ministro em uma live conduzida por Rafale Furlanetti, diretor institucional da XP Inc, juntamente com os analistas políticos, Richard Back e Paulo Gama, também do grupo XP.

“Antes disso ainda tem muita coisa para acontecer, como os testes técnicos do TSE, a organização política em si. Embora eu não deseja o adiamento, trabalho com a possibilidade do mesmo”, completa.

Segundo Barroso, se o adiamento for inevitável devido à pandemia, a ideia é movimentar a data em semanas. “Portanto,  gostaria de fazer em novembro ou no primeiro domingo de dezembro, porque teríamos condições de dar posse aos eleitos na data certa e evitar a prorrogação em maior extensão. Sou radicalmente contra a prorrogação de mandatos e mais ainda contrário à coincidência das eleições em 2022”, afirma.

Segundo ele, ter eleições de esferas diferentes no mesmo ano acarreta uma série de problemas. Primeiro, o democrático, já que prefeitos e vereadores que ocupam os cargos atuais foram eleitos para quatro anos e a população tem direito de escolher se quer trocar ou não.

Segundo, a confusão na cabeça do eleitor. “Se coincidir eleições municipais com as nacionais o eleitor terá que votar para sete cargos e seria um prejuízo para a participação esclarecida”, diz. Em terceiro, um problema de mescla de objetivos: as eleições nacionais tratam coisas diferentes das municipais. “Então ao coincidir ambas, ou você municipaliza as eleições nacionais ou nacionaliza as eleições municipais o que é ruim porque tudo é importante para a sociedade”.

Por fim, seria um volume muito grande para administrar. “Temos uma estimativa de 750 mil candidatos municipais no país, o que já é muita gente, e ainda teríamos que somar aos candidatos da esfera nacional. É um volume inviável”.

Democracia não está em risco

Barroso não se manifestou sobre o comportamento do presidente Jair Bolsonaro em atos a favor da ditadura no país, mas opinou que não há risco de golpe, nem de retrocesso no Brasil.

“Mesmo nesse ato [em que Bolsonaro participou, no feriado], a reação da sociedade, dos partidos políticos, da imprensa, e a reação geral foi de indignação das pessoas, o que mostra o vigor da democracia do país”, aponta. “Só pode pedir isso [volta do regime militar] quem perdeu a esperança no futuro e sente saudade de um passado que não existiu. A volta da ditadura vem com violência contra os adversários, com censura, com intolerância e seria um fiasco no médio e longo prazo”, afirma.

Segundo ele, existe um risco no mundo, das chamadas “democracias iliberais”. “Antigamente os riscos eram de golpes militares que destituíam os governos eleitos. Agora, o mundo atual enfrenta algo diferente: líderes políticos eleitos, presidentes e primeiros ministros, que, tijolo por tijolo, podem desfazer o edifício democrático mudando regras do jogo, perseguindo oposição, cerceando a imprensa. Isso aconteceu em países como Turquia, Venezuela, Polônia”, afirma.

Para ele, o mundo vive um risco de recessão democrática e um certo desprestígio, mas no Brasil “a sociedade está vigilante e o clamor da volta da ditadura está confinado a grupos minoritários”.

Por Giovanna Sutto / infomoney

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