Homem é preso suspeito de matar mulher a marteladas em Igarapé; advogado que conduzia carro em que agressor estava foi detido
Um homem de 30 anos foi preso, neste domingo (15), suspeito de matar a marteladas uma mulher em Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Um advogado que estava com ele no momento em que militares o encontraram acabou detido.
De acordo com o boletim de ocorrência (BO) da Polícia Militar, o corpo de Júnia Felipe da Cruz, de 36 anos, foi localizado dentro de uma vala em um pasto do bairro Fernão Dias. A perícia da Polícia Civil constatou que a vítima tinha uma lesão do lado esquerdo do rosto e teria sido arrastada para o local.
Durante o registro do caso, os militares localizaram uma familiar do suspeito, identificado como Adeilsson da Silva Martins. Ela contou aos agentes de segurança que o homem chegou a casa dela informando que tinha matado “a Júnia”.
Informações recolhidas na região deram conta que Júnia estava em um bar quando, por motivo não esclarecido, teve um desentendimento com Adeilsson. Ela saiu do estabelecimento a pé e foi seguida pelo homem.
Militares iniciaram rastreamento para localização dele. O suspeito foi visto entrando em um carro, que saiu em alta velocidade e passou por algumas ruas do bairro. Os policiais conseguiram fazer a abordagem do veículo e Adeilsson foi preso em flagrante.
No registro policial não consta a versão do homem, mas a parente dele disse à polícia que Adeilsson afirmou ter dado 60 marteladas na vítima e “mantido relações sexuais forçadas” com a mulher.
Advogado detido
Além do suspeito do crime, um advogado de 27 anos também estava no carro. Ele estaria na condução do veículo e afirmou à polícia que estava a caminho da delegacia para representar o suspeito. No entanto, para os militares que atenderam a ocorrência, ele não estava no trajeto que levaria até a Delegacia de Betim.
Durante a conversa com os policiais, ele afirmou que não acompanharia mais Adeilsson como advogado pois tinha tomado conhecimento das provas arrecadas. No entanto, com base no Artigo 348 do Código Penal (auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão: Pena – detenção, de um a seis meses, e multa”, os militares deram voz de prisão ao advogado.
Ainda conforme o BO, um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanhou o caso. A reportagem do g1 Minas entrou em contato com a instituição e aguarda retorno.
O que diz o advogado
Em contato com a reportagem, na tarde desta segunda-feira (16), o advogado Wallison Dias afirmou ter provas em mensagens de áudio que, antes da abordagem policial, estava a caminho da delegacia para que o suspeito pudesse se entregar.
Segundo ele, dois trajetos saindo de Igarapé levam a Betim e ele optou por passar pelo centro do município. Wallison disse que recebeu ordem de prisão no Batalhão da Polícia Militar e não no local da abordagem. De acordo com ele, medidas administrativas cabíveis, na área cível e, eventualmente, criminal, serão tomadas.
O que diz a Polícia Civil
“Sobre a morte de uma mulher, de 36 anos, registrada no último domingo (15/1) em Igarapé, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deslocou a perícia técnica ao local dos fatos, onde foram realizados os primeiros levantamentos. O corpo da vítima foi encaminhado ao Posto Médico Legal de Betim. Os laudos periciais estão em elaboração e o prazo para a conclusão de laudos periciais é de aproximadamente 30 dias, a depender de sua complexidade. A PCMG esclarece que dois homens, de 27 e 30 anos, foram encaminhados à Central Estadual de Plantão Digital, onde o suspeito, de 30 anos, foi ouvido e a prisão em flagrante ratificada. Após os trabalhos de Polícia Judiciária, o investigado foi encaminhado ao sistema prisional e ficou à disposição da Justiça. Já o segundo envolvido, de 27 anos, foi conduzido e ouvido pela autoridade policial que lavrou o Termo Circunstanciado de Ocorrência. Após a assinatura do Termo, ele foi liberado”.
G1 MG