Ministérios investem em projetos científicos sobre famílias.
Foram selecionados seis projetos aprovados pela Capes;
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), vinculada ao Ministério da Educação, e o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos iniciaram hoje (14) o seminário Marco Zero. O evento tem o objetivo de apresentar os seis projetos aprovados por meio de edital da Capes, voltados a investigações científicas relacionadas à família.
Os seis trabalhos selecionados têm, como áreas temáticas: políticas familiares; dinâmica demográfica e família; equilíbrio trabalho-família; tecnologia e relações familiares; saúde mental nas relações familiares; e projeção econômica das famílias.
Segundo o ministro da Educação, Milton Ribeiro, a iniciativa pretende ajudar o governo na busca pela “valorização da família tradicional” brasileira. “A Capes tem um objetivo, que é aproximar a ciência dos temas de pesquisas relativos à família. Colocamos a família sob a ótica da ciência e sob o crivo do microscópio. Vamos olhar como ciência. Vale a pena, já que essa tem sido a única linguagem que algumas figuras que são contra o estabelecimento e os valores da família entendem. Então vamos colocar a família sob a ótica da ciência e pesá-la com uma balança científica para que a gente tenha respostas que talvez consigam convencer alguns que estão longe dos objetivos maiores da família tradicional”, disse o ministro da Educação durante a abertura do seminário.
Também presente no seminário, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, disse que os projetos aprovados pelo edital contribuem para as políticas públicas de fortalecimento de vínculos desenvolvidas por sua pasta. “Essa iniciativa visa influenciar os pioneiros que estão na academia, [de forma a] dar a eles esse olhar para a construção de políticas públicas”, disse a ministra após ressaltar as dificuldades de se implementar tais políticas em um país tão plural como o Brasil.
“A gente tem as famílias ciganas, que são diferentes e com toda uma forma de viver. Temos as famílias indígenas; as famílias muçulmanas e, agora, estamos vivendo um fenômeno que são os imigrantes venezuelanos”, disse Damares.
A presidente da Capes, Cláudia de Toledo, disse que serão destinadas 43 bolsas para os projetos aprovados. Destas, 21 de mestrado e 22 de pós-doutorado. “Estamos pensando nas vulnerabilidades que estão no entorno das famílias”, disse.
“É na família, seja de mãe ou pai solteiros ou de crianças resgatadas do infanticídio indígena. É nessa família, de mães abandonadas e de mulheres discriminadas, no reconhecimento dessas vulnerabilidades que deve-se centrar a colaboração da ciência. A Capes tem a honra de ser um grande elo entre ciência e políticas públicas de proteção à família”, disse a presidente da Capes.
O orçamento total do programa é R$ 2.075.763, sendo R$ 237.363,00 para custeio e R$ 1.838.400 para bolsas.