Criado em 1977 pelo então presidente da República, general de Exército Ernesto Geisel, Mato Grosso do Sul chega aos seus 45 anos com 2,84 milhões de habitantes e um PIB (Produto Interno Bruto) total de R$ 106,9 bilhões. Com isso, o Estado ocupa a 16ª posição no Brasil, participando com 1,45% do PIB brasileiro, e fica em 8º lugar no PIB per capita, com R$ 38.483.
O que pouca gente sabe é que somente o setor industrial é responsável por 22% do PIB de Mato Grosso do Sul, com R$ 20,5 bilhões, ficando atrás apenas do setor de serviços e comércio, que responde por 41% de todo o PIB estadual, com R$ 38,8 bilhões. Quanto à geração de empregos, a indústria emprega 24% dos trabalhadores formais de Mato Grosso Sul, um total de 143,83 mil profissionais.
Os bons números são reflexo de toda uma atuação conjunta de atração de investimentos e modernização do Estado, que até metade da década de 80 tinha uma economia ainda baseada no binômio soja e boi. De lá para cá foi que o setor industrial começou a ganhar força, tendo seu “boom” a partir de 2007.
De 2007 até 2022, a indústria estadual realizou investimentos superiores a R$ 30 bilhões. Com destaque para a consolidação e expansão de setores ligados a toda cadeia florestal do eucalipto com a produção de celulose, madeiras laminadas e outros produtos.
Já no segmento alimentício, os investimentos visaram, principalmente, o atendimento da crescente demanda por proteína animal, não se restringindo apenas à carne bovina, mas principalmente à ampliação da produção de carne suína, aves e peixes. Além das indústrias processadoras de soja e milho, com fabricação de óleos, proteínas texturizadas, farelos, rações, ácidos orgânicos e químicos destinados a indústria alimentícia em geral.
Houve ainda a consolidação de toda a cadeia sucroenergética no Estado e execução de obras de pavimentação, habitação e infraestrutura em geral. Nesse período também houve a construção de pequenas centrais hidrelétricas e, mais recentemente, de novos investimentos voltados ao aproveitamento do imenso potencial para geração de energia limpa e renovável por diferentes fontes.
Segundo Sérgio Longen, a marca de 45 anos merece ser comemorada, principalmente porque a indústria sul-mato-grossense vai muito bem. “Entendo que cada vez mais a indústria vem se consolidando e transformando a região e as pessoas. O Estado está preparado e vem avançando e hoje temos 20 mil vagas de emprego. E o Sistema Fiems vem cumprindo seu papel contribuindo com a industrialização e com o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul”, afirmou.
Nos últimos anos, a Federação das Indústrias atuou de forma a assegurar todo o suporte necessário ao desenvolvimento industrial de Mato Grosso do Sul, apoiando diretamente na formação de mão-de-obra, qualificação de fornecedores e comércio exterior. “Além da atuação institucional na viabilização de mais recursos e melhores condições de financiamento junto ao Banco do Brasil, Caixa e BNDES, por exemplo, bem como na ampliação, formatação e convalidação da política estadual de incentivos fiscais. Tudo isso foi fundamental para posicionarmos a indústria como um importante vetor de crescimento, contribuindo diretamente para o desenvolvimento e fortalecimento da economia estadual”, afirma.
Apoio à industrialização
Nos últimos 15 anos, foram realizados grandes investimentos na melhoria da infraestrutura do Sesi, Senai e IEL em todo o Estado, sempre com o objetivo de dar apoio ao setor industrial. “Hoje, a Fiems tem ações implantadas em praticamente todos os 79 municípios do Estado e estamos convictos de que avançamos naquilo que é fundamental para o crescimento: a geração de empregos por meio da força da indústria”, avalia Longen.
Apenas de 2007 a 2022, o Sistema Fiems realizou em Mato Grosso do Sul investimentos na ordem de R$ 450,8 milhões. Tudo isso permitiu que o Senai, por exemplo, pudesse colocar no mercado de trabalho 646.949 profissionais qualificados e realizasse 55.714 atendimentos em soluções de tecnologia e inovação nas empresas.
O Sesi teve nesses 15 anos 553.625 alunos matriculados na rede de educação básica e continuada e realizou 3,3 milhões de atendimentos na área de saúde e segurança do trabalho. Já o IEL encaminhou para o mercado de trabalho nesse período um total de 34.155 estagiários, além de atender no PQF (Programa de Qualificação de Fornecedores) 371 empreendimentos, enquanto o CIN (Centro Internacional de Negócios) atendeu 1.635 empresas.
Na avaliação do empresário Walter Adames, da Adames Nutrição Animal, Mato Grosso do Sul apresentou uma evolução muito grande nos últimos 45 anos e a Fiems contribuiu para esse desenvolvimento. “No meu segmento, que é do agronegócio, houve uma revolução tecnológica. Mato Grosso do Sul é hoje expoente das exportações de carne para o mundo. Temos uma das melhores carnes do Brasil”, comenta.
O industrial acredita que uma das melhores carnes do Brasil está em Mato Grosso do Sul. “Para que isso fosse possível, o pecuarista sul-mato-grossense precisou buscar novas tecnologias. E a indústria acompanhou e ajudou essa evolução, desenvolvendo produtos de alta performance, de novas técnicas de suplementação. Tudo isso contribuiu para uma melhora muito grande no nosso rebanho e, consequentemente, para bons resultados da indústria frigorífica”, ressalta.
O desenvolvimento de Mato Grosso do Sul também chamou atenção de uma gigante industrial. A Suzano escolheu o Estado, mais especificamente o município de Ribas do Rio Pardo, para implantar a mais competitiva fábrica da multinacional. O investimento industrial soma R$ 14,7 bilhões e outros R$ 4,6 serão investidos nas atividades florestais, estrutura logística e em outras iniciativas previstas em projetos dessa natureza.
De acordo com o diretor responsável pelas obras de implantação da nova fábrica de celulose da Suzano em Ribas do Rio Pardo, Maurício Miranda, a relação da empresa com Mato Grosso do Sul é sólida e vem de longa data. “No município de Três Lagoas temos nossa maior operação de produção de celulose, com duas fábricas que juntas têm capacidade produtiva anual de 3,25 milhões de toneladas de celulose branqueada de eucalipto. Então, nada mais natural que estudos apontassem Ribas do Rio Pardo como o município mais adequado para a implantação de nossa nova unidade”, detalha.
Ele acrescenta ainda que com a construção da nova fábrica de celulose, serão gerados pelo menos 10 mil empregos diretos no pico da obra – e outros milhares de empregos indiretos –, além de 3 mil empregos diretos quando a fábrica ficar pronta. “Trabalhamos para que grande parte desse contingente seja de moradores de Ribas, como, por exemplo, com os cursos de qualificação profissional nas áreas florestal e industrial, oferecidos em parceria com o Sistema Fiems, por meio do Senai. Até o momento, já formamos 197 pessoas na área industrial e outras 199 na área florestal. Nos próximos meses teremos mais 138 pessoas em formação”, ressaltou.
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