Uma galeria e uma ponte de madeira foram duas tentativas de garantir a travessia dos moradores sobre o Córrego Viga, especificamente no entorno das Fazendas Viga e Raizes, em Ribas do Rio Pardo. A erosão que se formou no local impossibilitou a permanência das estruturas construídas na rodovia municipal que liga a MS-340 a inúmeras propriedades rurais.
Relatos de quem precisa da ponte para trabalhar, ir à cidade ou levar os filhos à escola, por exemplo, revela o transtorno que se arrasta por cinco anos. “De lá para cá a gente veio se virando para conseguir passar”, disse o pecuarista Paulo de Souza, 55 anos, que construiu, com a ajuda dos vizinhos, uma ponte sobre o córrego dentro de sua propriedade por onde os moradores passaram por um período. “Não tinha por onde passar. Para embarcar boi, tinha que vir por aqui”, recordou.
Mãe de dois filhos, a dona de casa Irys Ferreira, de 35 anos, fala sobre a dificuldade diária que seu filho de 7 anos passa para ir à escola. “Antes a Kombi chegava aqui na porta. Agora meu menino tem que caminhar até depois da ponte para pegar o transporte escolar”, lamentou. Irys foi uma das pessoas que reforçou o pedido para que alguma providência fosse adotada e inclusive usou as redes sociais para que algo fosse feito.
Uma ponte provisória foi construída no local, mas por lá só é permitida a passagem de veículos leves. O tempo de viajem ainda é um dos principais transtornos de quem precisa chegar com veículo pesado à região. O percurso que duraria aproximadamente 25 km aumenta para quase 180 km através de caminhos alternativos, conforme relata Cícero Rodrigues, de 52 anos. “Eu sempre morei aqui, sempre foi assim. É difícil para a gente fazer compra na cidade ou precisa de alguma urgência”, relatou.
O transtorno vivido por Paulo, Cícero e pela dona de casa Irys, e as demais famílias que precisam da ponte está perto do fim. Com recursos do Fundersul (Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário do Estado de Mato Grosso do Sul), o Governo do Estado está investindo R$ 1,1 milhão na instalação de uma ponte de concreto armado sobre o córrego.
“Estamos no início dos trabalhos, mas podemos garantir que a nova ponte terá uma estrutura melhor e duradoura que vai acabar de vez com esse transtorno e garantir aos moradores a infraestrutura necessária para que o produtor possa transportar sua produção, o morador chegar à cidade em um tempo menor e os alunos possam ter o transporte escolar chegando na porta de suas casas”, disse o secretário de Estado de Infraestrutura, Renato Marcílio.
A nova estrutura de concreto terá 30 metros de extensão e 6 metros de largura e possibilitará a reabertura do tráfego. A equipe da empreiteira responsável já cravou as estacas de fundação em trilhos metálicos e trabalha na instalação dos blocos de coroamento e montagem das vigas longarinas da ponte.
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