Mulheres são presas suspeitas de aplicar silicone industrial em aumento de glúteos em BH; clientes travestis morreram

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu duas mulheres, de 22 e 38 anos, suspeitas de aplicar silicone industrial em clientes, no bairro Coqueiros, na Região Noroeste de Belo Horizonte.

De acordo com as investigações, a dupla não tinha qualificação em biomedicina nem autorização para fazer o procedimento, que era realizado em uma casa. A informação foi divulgada na manhã desta terça-feira (21), durante entrevista coletiva.

Segundo as investigações, no dia 7 de abril deste ano, uma travesti de 37 anos morreu no local, logo após tomar a injeção. Um mês antes, ela já tinha aplicado dois litros da substância em cada nádega.

No dia da morte, as suspeitas informaram à polícia que a vítima estava no local se recuperando de um tratamento feito em Goiás. Para os delegados Hugo Arrudas e Frederico Abelha, responsáveis pelo caso, a versão apresentada por elas foi tentativa de impedir as apurações do caso.

Ainda, durante as investigações, uma segunda vítima foi descoberta. Trata-se de outra travesti, de 33 anos, que morreu no dia 1º de junho por complicações depois de receber o silicone industrial no corpo.

Informações foram repassadas pela Polícia Civil, durante coletiva — Foto: Vagner Tolendato/TV Globo

Local insalubre

 

Segundo a PCMG, o local onde aconteciam as aplicações era totalmente insalubre: ambiente com mofo, sem ventilação. Os clientes levavam o produto. O valor da aplicação variava entre R$ 2 mil e R$ 3 mil.

Com as mulheres, foram apreendidos celulares e cerca de 60 seringas com anestésico.

Elas podem responder por homicídio qualificado, exercício ilegal medicina e falsidade ideológica.

A suspeita, de 38 anos, já havia sido presa pelos crimes de homicídio, exploração sexual de menores, lesão corporal, ameaça e por suspeita de chefiar ponto prostituição em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

A PCMG reforça que o silicone industrial é totalmente contraindicado pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para este tipo de procedimentos em corpo humano. Ele é utilizado para limpeza de peças de avião, carro e em impermeabilizações em vidro.

G1 MG