Quase 60% dos mineiros sabem do termo firmado com a mineradora, e 31% o acham ruim. Maioria, no entanto, afirma que trato não influencia definição de voto para 2022;
Quase 60% dos mineiros têm conhecimento do acordo de R$ 37,6 bilhões fechado pelo governo de Minas com a mineradora Vale como forma de reparação pelos danos causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho.
Porém, a pesquisa DATATEMPO mostra que os mineiros estão divididos em relação à avaliação que fazem do acordo: 29,7% consideram que o termo de reparação firmado é muito bom ou bom. Já 30,1% avaliam que o acordo foi regular, e 31% acham que ele é ruim ou muito ruim. Não souberam ou não responderam 9,2%. “Há uma mescla de sentimentos sobre o resultado do acordo feito com a Vale”, afirma a pesquisadora do DATATEMPO Audrey Dias.
A barragem da mina de Córrego do Feijão em Brumadinho rompeu-se em janeiro de 2019, no primeiro mês do governo de Romeu Zema (Novo). O governador e sua equipe, em conjunto com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública de Minas Gerais (MPMG), negociaram uma indenização, até que um acordo foi anunciado, em fevereiro deste ano.
Apesar do papel central do governo de Minas durante todo o processo, 63,2% dos entrevistados disseram que saber da existência do acordo com a Vale não faria diferença na hora de decidir se votariam ou não em Zema para reelegê-lo.
Por outro lado, o dinheiro do acordo vai financiar obras de mobilidade urbana e infraestrutura que beneficiam municípios que não foram diretamente atingidos, como o Rodoanel Metropolitano (R$ 3,5 bilhões), recuperação de rodovias em todo o Estado (R$ 700 milhões) e recursos para o metrô de Belo Horizonte (R$ 427 milhões).
Para 20,8% dos entrevistados, os recursos do acordo com a mineradora deveriam ser destinados exclusivamente a Brumadinho. Outros 19,5% defendem que o dinheiro seja direcionado também para as cidades pelas quais passa o rio Paraopeba, que recebeu os rejeitos do rompimento.
Já 17,5% afirmaram que os recursos deveriam ser investidos na área da saúde e no combate à pandemia para a população do Estado.
Dados. Foram feitas 1.392 entrevistas domiciliares em todo o Estado, entre 24 e 27 de setembro. O grau de confiança é 95%, e a margem de erro é 2,63 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Veto de Zema divide opiniões
A pesquisa DATATEMPO também mediu a opinião das pessoas sobre o veto do governador Romeu Zema (Novo) a um projeto de lei aprovado na ALMG. O texto determinava que empresas que praticarem atos de discriminação contra pessoas devido à “sua identidade de gênero ou sua expressão de gênero” poderiam ser punidas pelo poder público.
Opositores do projeto, como o deputado Bruno Engler (PRTB), argumentaram que seria instituída a “ideologia de gênero” em Minas Gerais. Após campanha de deputados e ativistas nas redes sociais, Romeu Zema vetou o projeto no mês passado.
Para 38,1% dos entrevistados, a decisão do governador foi muito boa ou boa. Já 37,1% consideram que o veto foi ruim ou muito ruim. Outros 18,5% classificaram a medida como regular. Não souberam ou não responderam somam 6,3%.