Acusado de envolvimento em morte de fisiculturista em BH é absolvido pela Justiça.

Delmir Araújo Dutra, que era acusado de envolvimento na morte do fisiculturista Allan Guimarães Pontelo em uma boate de Belo Horizonte, foi absolvido pelo Tribunal do Júri nesta segunda-feira (6).

O conselho de sentença, composto de quatro homens e três mulheres, considerou o réu inocente.

Antes da decisão dos jurados, o promotor de Justiça Cristian Lúcio da Silva disse que não havia provas da participação de Delmir no crime. Segundo testemunhas, ele não estava presente quando a vítima foi agredida.

Para o promotor, apesar de o réu ser o chefe da segurança da boate, não tinha como ele controlar a conduta dos outros seguranças. A defesa do acusado também negou a participação dele no crime.

Ao ser interrogado, Delmir afirmou que não determinou a abordagem de Allan e que não estava no local do homicídio.

Família de fisiculturista morto em BH cobra justiça — Foto: Dênio Pontelo/Arquivo pessoal
                  Família de fisiculturista morto em BH cobra justiça

O fisiculturista foi espancado por seguranças até a morte em uma boate da capital. Ele tinha 25 anos.

Em frente ao Fórum Lafayette, no Barro Preto, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, parentes da vítima colocaram faixas em que cobram respostas para o caso.

“Além de matarem Allan, destruíram nossa família. Justiça”, diz uma delas.

 

A previsão era que esse fosse o último júri popular do caso, mas um dos acusados, Fabiano de Araújo Leite, teve o julgamento adiado. De acordo com a assessoria do fórum, ele está com sintomas de Covid-19.

Fisiculturista Allan Pontelo foi morto em setembro, após confusão em boate em Belo Horizonte — Foto: Reprodução/Facebook
Fisiculturista Allan Pontelo foi morto em setembro, após confusão em boate em Belo Horizonte

 

O crime

 

O crime aconteceu no dia 2 de setembro de 2017, na boate Hangar 677, no bairro Olhos D’Água, na Região Oeste de Belo Horizonte.

A Polícia Militar foi chamada ao local porque o jovem, de 25 anos, estaria portando drogas. Contudo, o corpo apresentou sinais de violência, e um amigo relatou agressões. Parentes afirmam que Allan foi espancado pelos seguranças e negam que os entorpecentes fossem dele. Segundo a denúncia, ele foi morto após se recusar a passar por um procedimento de revista.

Já foram condenados pelo crime os seguranças Carlos Felipe Soares e William da Cruz Leal, que pegaram 15 anos de prisão. A Justiça também condenou Paulo Henrique Pardim de Oliveira a 11 anos de reclusão.

De acordo com as investigações, William e Carlos espancaram a vítima até a morte.

Ainda segundo a denúncia, Paulo e Fabiano, que estavam armados, impediram que outras pessoas se aproximassem enquanto o fisiculturista era agredido.

G1 MG