Apesar de liminar que determina escala mínima de funcionamento, circulação de metrô segue suspensa em BH

Apesar da decisão judicial que determinou que os metroviários de Belo Horizonte garantam escala mínima de funcionamento dos trens durante a greve, as estações de metrô permaneceram fechadas durante toda esta quarta-feira (14) na capital. A princípio, o metrô também não vai funcionar nesta quinta-feira (15).

A auxiliar de aeroporto Brisa Rodrigues chegou à estação Vilarinho, em Venda Nova, no fim do dia, sem saber da paralisação. Como não tinha metrô, ela precisou gastar mais dinheiro que o previsto.

“Vou gastar mais porque eu usaria um metrô e um ônibus, e agora vou ter que usar dois ônibus”, disse.

Na estação Eldorado, em Contagem, na Grande BH, passageiros também não sabiam da greve. Para diminuir a lotação dos ônibus, a linha emergencial E019, que sai da estação com direção ao centro de Belo Horizonte, foi reativada até o fim da paralisação do metrô.

“Me sinto humilhada, né (…) Cheguei aqui, (tudo) fechado, não tinha jeito de entrar”, falou a empregada doméstica Maria José dos Santos.

Greve do metrô de Belo Horizonte (imagem de arquivo) — Foto: TV Globo

Greve do metrô de Belo Horizonte (imagem de arquivo) — Foto: TV Globo

Todas as 19 estações ficaram fechadas. Os metroviários exigem a manutenção dos empregos de aproximadamente 1,6 mil trabalhadores da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), além da suspensão do leilão da empresa marcado para o dia 22 de dezembro. Esta é a terceira paralisação do ano.

Nesta quarta-feira, o desembargador presidente do TRT-MG, Ricardo Antônio Mohallem, definiu o funcionamento diário de 100% dos trens em horários de pico (das 5h30 às 12h e das 16h30 às 23h) e de 70% dos trens nos demais horários. A multa em caso de descumprimento da ordem judicial é de R$ 100 mil por dia.

Segundo o presidente interino do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG), Daniel Glória Carvalho, a entidade tomou conhecimento da liminar, que está sendo analisada pelo jurídico.

“O assunto que fez a gente entrar em greve é muito grave. A empresa está para ser vendida no dia 22 de dezembro, não temos nenhuma garantia para os funcionários, e a gente está falando da possibilidade de 1.600 demissões. Não se trata de peitar ou não a liminar, a gente está fazendo uma análise muito criteriosa, analisando todos os riscos desse processo”, afirmou.

 

Nesta quinta-feira, a diretoria do sindicato vai se reunir para discutir o assunto.

G1 MG