Estado não tem ‘pote de ouro’, diz Zema sobre projeto de reajuste salarial de servidores de MG.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), voltou a dizer nesta segunda-feira (4) que o estado não tem condições de pagar reajuste superior a 10,06% ao funcionalismo público.

Na última quarta-feira (30), a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou o projeto de lei que prevê a recomposição, mas com uma série de emendas que concedem aumentos maiores para algumas categorias. Zema tem até esta terça-feira (5) para sancionar ou vetar o texto.

As emendas preveem, por exemplo, adicional de 14% para as forças de segurança, reajuste de 33,24% para os servidores da educação e aumento de 14% para os da saúde, além dos 10,06%. Segundo o estado, elas causariam impacto de mais de R$ 10,628 bilhões aos cofres públicos por ano.

“Eu gostaria muito de dar reajuste para todo o funcionalismo público de Minas Gerais de 30% ou até mais. Se a Assembleia Legislativa nos mostrar de onde nós iremos retirar os recursos para poder pagar além dos 10% que nós propomos, eu sancionarei, sim. Caso ela não mostre, eu não tenho condições de sancionar, porque não serei irresponsável”, afirmou Zema, em coletiva de imprensa.

Coletiva de imprensa para lançamento do Programa Provias — Foto: TV Globo

 

Ele disse que a situação financeira do estado ainda “é muito grave”.

“Se alguém acha que temos aqui um pote de ouro, na verdade temos aqui um vagão de dívidas ou até um trem inteiro, R$ 140 bilhões de dívida com a União, dos quais R$ 40 bilhões vencidos que teremos que pagar em breve”, falou.

Investimento em rodovias

 

O governador deu essas declarações durante um anúncio, nesta segunda-feira, de investimento de R$ 2 bilhões em obras rodoviárias. O dinheiro será aplicado em pavimentação, construção de pontes e recuperação funcional de estradas.

A maior parte dos recursos – cerca de R$ 1,4 bilhão – é oriunda do acordo assinado com a Vale para a reparação de danos causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho. Parte das obras estava prevista no termo.

O programa, chamado Provias, vai contemplar 55 intervenções de recuperação funcional em 1.770 km de malha rodoviária e 44 de pavimentação e construção de pontes em cerca de 807 km.

Cerca de R$ 120 milhões são provenientes do Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTAC) firmado entre o estado e a Fundação Renova. O restante é oriundo de convênios e emendas parlamentares, parcerias com empresas e convênios com prefeituras.

Segundo o estado, a expectativa é que 8 mil empregos diretos e 24 mil indiretos sejam gerados com a execução das obras.

“São quase 100 empreendimentos rodando ao mesmo tempo em todas as regiões do estado já em 2022 (…) Teremos, em 2022, 50% da malha considerada ruim ou regular no estado sendo atacado, e os projetos para os outros 50% serão atacados em 2023”, afirmou o secretário estadual de Infraestrutura e Mobilidade, Fernando Marcato.

Entre as obras incluídas no pacote, estão a recuperação funcional da BR-367, no Vale do Jequitinhonha, que liga Minas Gerais a Bahia; a pavimentação da LMG-760, entre o Parque Estadual do Rio Doce e o entroncamento para a BR-262, em São José do Goiabal, na Região Central; e a construção de uma ponte sobre o Rio São Francisco, na MG-402, no Norte de Minas.

Seis trechos de estradas que passam por municípios da região de Brumadinho vão receber investimento de R$ 580 milhões. As intervenções incluem a construção de uma ponte sobre o Rio Paraopeba, no município de Papagaios, na Região Central do estado.

“Temos muito o que fazer, mas pelo menos agora, em vez de as nossas estradas continuarem se deteriorando, elas vão tomar o caminho inverso”, disse Zema.

G1 MG