Estudo mostra que todas regiões do país apresentam queda na cobertura vacinal contra febre amarela.

Todas as regiões do Brasil tiveram redução no número de aplicações de doses de vacinas contra a febre amarela desde o início da pandemia de Covid-19, segundo pesquisa da UFMG.

De acordo com o levantamento do Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública da Universidade, região Sul houve uma redução 63%, enquanto no Norte e Sudeste foi de 34%. Já no Centro-Oeste a redução ficou em 21%. A pesquisa foi feita baseada em dados do Programa Nacional de Imunizações.

A professora do Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública, Tércia Moreira Ribeiro, fala que essa redução pode favorecer o ressurgimento de casos de febre amarela urbana no país.

“Considerando que a vacinação é a única forma de prevenção da febre amarela é importante que toda a população tenha sido vacinada. A nossa grande preocupação é que nas grandes metrópoles que tiveram redução da vacinação contra a febre amarela, os moradores podem ter a doença”, disse.

Vacina é o único meio eficaz de proteção contra a febre amarela — Foto: Carlos Poly

A professora também comenta que a redução na vacinação contra a febre amarela pode estar associada ao medo de infecção pela Covid-19, no período mais crítico da pandemia.

Entre os motivos tem o medo da infecção pela Covid-19 já que muitas pessoas deixaram de procurar os serviços de saúde. Esse medo da infecção também ocorreu em outros países. Esse é o principal fator que afastou as pessoas dos serviços”, falou.

A febre amarela é uma doença hemorrágica, causada por um vírus, do gênero flavivírus, que se destaca entre as doenças infecciosas imunopreviníveis. Ela é comum em 47 países de baixa e média rendas nos continentes africano e sul-americano.

Além disso, é caracterizada por níveis variados de gravidade e letalidade e é responsável por pelo menos 60 mil mortes por ano. A taxa de letalidade da febre amarela no país também é alta.

Segundo estimativas, no período de 2000 a 2021, a doença apresentou taxa de letalidade de 47,8%, considerada elevada por se tratar de uma doença infecciosa potencialmente imunoprevenível.