Expectativa de inflação para 2022 recua a 7,96%, diz Banco Central

expectativa do mercado financeiro para a inflação de 2022 foi reduzida de 8,27% para 7,96%, de acordo com os dados do Boletim Focus apresentados nesta sexta-feira (8) pelo BC (Banco Central). Na última divulgação, realizada no início de junho, a perspectiva era de um aumento de 8,89% nos preços.

A divulgação do Boletim Focus ocorre após mais de um mês e é motivada pelo fim da greve dos servidores da autoridade monetária. A última análise havia sido divulgada no dia 6 de junho.

A previsão de alta menor dos preços surge no momento em que estados reduzem a alíquota do ICMS sobre gasolina e energia elétrica — após o governo federal ter zerado o PIS/Cofins sobre a gasolina e o etanol até o fim deste ano. O alívio deve ser sentido no bolso das famílias somente até o fim de 2022.

Caso a nova expectativa seja confirmada, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) chegará ao fim de 2022 próximo do dobro da meta estabelecida pelo governo para o ano, de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 2% a 5%).

O próprio BC já admite que o índice oficial de preços vai furar o teto da meta preestabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) pelo segundo ano seguido, conforme dados apresentados na última edição do RTI (Relatório Trimestral de Inflação).

O novo furo do teto da meta também é previsto pelo governo federal, que revisou de 6,5% para 7,9% a expectativa de inflação para este ano, conforme projeções apresentadas pelo Boletim Macrofiscal, do Ministério da Economia.

Para 2023, a previsão para o índice oficial de preços subiu pela 13ª semana seguida, para 5,01%, aposta também acima da meta definida para o ano que vem. Já para 2024 e 2025, as expectativas foram mantidas em, respectivamente, 3,25% e 3%.

Com a nova previsão, a expectativa para o dólar recuou de R$ 5,10 para R$ 5,09. Para os preços administrados, tais como energia e combustíveis e planos de saúde, a expectativa de alta passou de 3,81% para 3,51% neste ano. Há quatro semanas, a aposta era de uma alta na casa dos 8%, mas no período ainda não havia a redução dos tributos sobre os combustíveis.

Juros

As novas estimativas apresentadas nesta sexta-feira (8) pelo BC (Banco Central) mostram que a taxa básica de juros da economia, a Selic, deve finalizar 2022 no patamar de 13,75% ao ano, valor 0,5 ponto percentual acima dos atuais 13,25% ao ano.

No curto prazo, a expectativa é de que o Copom (Comitê de Política Monetária) eleve a taxa básica de juros novamente em 0,5 ponto percentual na reunião a ser realizada em agosto, o que deve colocar a Selic em 13,75% ao ano, encerrando o ciclo de alta iniciado em março do ano passado para conter os preços.

Aumentar a taxa de juros funciona como um instrumento de política monetária para reduzir a inflação. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.

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