Internações por doenças cardiovasculares caíram em BH na pandemia.

Pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostrou que as internações por doenças cardiovasculares em hospitais públicos de Belo Horizonte, durante a pandemia da covid-19, ficaram 16,3% abaixo do que era esperado. O estudo foi conduzido por pesquisadores do Observatório de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da Escola de Enfermagem da UFMG.

O trabalho mostrou que, entre março e dezembro de 2020, houve 6.517 hospitalizações por doenças cardiovasculares. Além disso, o número de cuidados intensivos durante os períodos de internações  teve redução de 24,1% em pacientes com diagnóstico cardiovascular.  Outro índice que registrou queda foi o de mortes, alcançando uma diminuição de 17,4% do que era esperado.

Para as análises, os pesquisadores utilizaram os dados do Sistema de Informações Hospitalares – DataSUS. O período utilizado para comparação foi de 2010 a fevereiro de 2020.

“Para as doenças cardiovasculares, o estudo comparou o número esperado de internações hospitalares, o uso de terapia intensiva, as mortes durante internação e o tempo médio de permanência com o número observado no período”, explicou Edmar Geraldo Ribeiro, um dos responsáveis pela pesquisa.

A professora Luísa Caldeira Brant, cardiologista do Hospital das Clínicas da UFMG, destacou que foi observado um declínio significativo em relação às hospitalizações por doenças cardiovasculares em todos os grupos analisados, exceto para homens com idade inferior a 60 anos.

“Em relação às internações em terapia intensiva, vale ressaltar que a redução foi significativa para doenças cardiovasculares, insuficiência cardíaca e síndromes coronárias agudas apenas para adultos mais velhos”, comentou.

Hospitalizações

CAUSAS 

Um motivo apontado para a redução nos índices, segundo os pesquisadores, é a baixa procura por atendimentos hospitalares durante a pandemia causada pelo temor das pessoas de se infectarem com o coronavírus.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que as doenças cardiovasculares são as principais causas de morte em todo o mundo, respondendo por 17,9 milhões de vidas perdidas a cada ano. Informações do Sistema Único de Saúde (SUS) também mostram que as doenças cardiovasculares são responsáveis por considerável morbidade, altas taxas de hospitalização e custos elevados para o sistema.

Segundo dados do SIH-Datasus, nos últimos 10 anos as doenças que mais resultaram em internações foram a insuficiência cardíaca, o acidente vascular encefálico e as síndromes coronárias agudas. A pesquisa completa pode ser acessada

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