Petroleiros protestam contra preço alto do diesel na Regap, em Betim.

Petroleiros, trabalhadores da educação, estudantes e representantes de movimentos sociais fazem, nesta sexta-feira (25), um ato conjunto contra a alta dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha.

O manifesto começou, às 6h30, na portaria da Refinaria Gabriel Passos –  Regap, da Petrobras, em Betim, na região Metropolitana de Belo Horizonte, e tem previsão de término no início desta tarde.

Segundo o coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro/MG),  Alexandre Finamori, atos semelhantes são realizado em todas as refinarias do país.

“O movimento é realizado em todo o país em parceria com a sociedade porque quando os combustíveis e o gás de cozinha aumentam todos os alimentos têm seus preços elevados. As pessoas estão passando fome. Hoje, cerca de 55% das famílias brasileiras sofrem de insegurança alimentar. Não vamos romantizar quando as famílias para comer usam a lenha. Quando não se tem dinheiro para comprar o gás de cozinha, a lenha não é uma escolha é um ato de sobrevivência. Essa é a luta de todos, chega de precariedade. O preço dos combustíveis e do gás de cozinha tem que baixar, a Petrobras lucra milhões em tempos de crise”, disse.

Apoio de outras categorias

A coordenadora geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais ( Sind-UTE/MG),  Denise de Paula Romano, de 47 anos, participa do ato e diz que o preço dos combustíveis  alterou completamente a vida de toda a categoria.

“Nós temos visto professores, auxiliares de serviços, tendo que escolher durante o mês entre comprar o remédio ou o botijão de gás. O botijão é o item essencial nas residências das famílias e se transformou para o trabalhador em algo impagável”, disse.

O diretor do Sindicato dos Metroviários  de Belo Horizonte – Sindimetro, Pedro Henrique Martins Vieira, de 32 anos, ainda acrescenta que a política de preços adotada pela Petrobras também impacta e enfraquece todas as categorias.

“A Pretobras poderia se autossuficiente na extração, no refino e no transporte dos combustíveis e do botijão de gás, e a população conseguiria acessar esses serviços com um preço mais barato. Para atender o lucro dos acionistas a política de preços da Petrobras mudou e a população paga mais por esses serviços. Do mesmo modo é o metrô, hoje, a passagem do trem é R$ 4,50,  há três anos, era R$ 1,80. Esse aumento só veio por causa da discussão da privatização.  Com o aumento da tarifa, o metrô que antes transportava 220 mil usuários por dia, atualmente transporta 80 mil usuários diariamente. Estamos em greve e ela só vai acabar quando o sindicato tiver conversa com o Governo Federal”, esclareceu.

‘O povo não quer mais passar fome’

 A advogada Nayara Gonçalves, de 32 anos, é moradora de Juatuba, na região Metropolitana de Belo Horizonte. Ela participa do ato unificado porque se diz cansada de ver a fome aumentar.

“Nós somos proletariado. O assalariado está passando fome. O povo não quer e não pode mais passar fome. Temos que nos manifestar e lutar para mudar esse triste cenário”, disse.

JORNAL O TEMPO