Quase 400 trabalhadores são resgatados de condições análogas à escravidão em Minas Gerais.

Minas Gerais abriga o maior número de empresas do país que estão na lista suja do Ministério do Trabalho. São 31 representantes, entre pessoas físicas e jurídicas, que mantiveram trabalhadores em condições análogas à escravidão. Destes, 18 foram divulgados nesta terça-feira (5), pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).

Em um dos casos, auditores fiscais do trabalho e policiais federais filmaram a ação na Fazenda Córrego das Almas, também conhecida como Fazenda Fartura, em Piumhi, no Centro-Oeste de Minas Gerais.

Ação dos auditores do trabalho na Fazenda Fartura, no Centro-Oeste de MG — Foto: Reprodução/TV Globo

Os trabalhadores foram encontrados na colheita do café. Os agentes também inspecionaram a lavoura e os alojamentos.

A investigação, que começou em 2018, concluiu que o empregador submeteu os trabalhadores a condições análogas à escravidão. Ao todo, 387 trabalhadores foram retirados desta condição.

As irregularidades vão desde a falta de contratos, jornadas excessivas, até empregados sem cama, chuveiro, água e comida.

Minas Gerais tem 31 representantes de empresas na lista suja do Ministério do Trabalho — Foto: Reprodução/TV Globo

Carvoarias no Norte de Minas Gerais e no Vale do Jequitinhonha também estão na mira da inspeção. Em 2019, os fiscais encontraram 16 funcionários que não usavam equipamentos de proteção e viviam em alojamentos precários em cinco fazendas. Os nomes dos estabelecimentos ou empregadores também aparecem no cadastro.

A inclusão das empresas ou pessoas físicas na lista só acontece depois da fiscalização no local das denúncias, de investigação, defesa dos acusados e conclusão do processo administrativo e, algumas vezes, criminal.

Cada irregularidade trabalhista gera uma multa que, segundo auditores do Ministério do Trabalho, pode chegar a R$ 600 mil.

Segundo os dados do ministério, Minas Gerais concentra 25% das denúncias de trabalho análogo à escravidão em todo o Brasil.

G1 MG