Suspeito aproveitava horário de almoço no trabalho para assaltar casas em BH, aponta investigação.

A hora do almoço no trabalho tinha uma outra utilidade para um homem, de 24 anos, investigado pela Polícia Civil em Belo Horizonte. A suspeita é que ele aproveitava o intervalo no serviço para assaltar apartamentos na Zona Sul e na Região da Pampulha.

O homem e um comparsa, de 28 anos, foram presos em uma investigação que começou em setembro, logo após um imóvel ser invadido no bairro São Pedro. A polícia estima que, neste furto, o prejuízo foi de cerca de R$ 50 mil.

Prédios de classe média alta sem porteiro eram alvo da dupla presa em BH — Foto: Polícia Civil/Divulgação
      Prédios de classe média alta sem porteiro eram alvo da dupla presa em BH

Os homens foram identificados por meio de cruzamento de dados e pelas digitais presentes na cena do crime. O suspeito mais jovem foi preso na marmoraria em que trabalhava na capital e, ao ser detido, usou o emprego como álibi.

“Tão logo chegou na delegacia e começou a ser interrogado, questionado sobre o furto, a primeira resposta dele foi: ‘Eu trabalho todo dia’. Então, o que a gente pode acreditar é que isso era inclusive o álibi que ele usava. Os furtos quase em sua maioria são ou na hora do almoço ou aos fins de semana. Mas, ao ser questionado sobre o confronto da digital, ele inclusive disse que só falaria em juízo”, afirmou o delegado Guilherme Santos.

Já o outro homem foi detido em Nova Lima, na Região Metropolitana. Ele também disse à Polícia Civil que só falaria em juízo.

Os homens são apontados como integrantes de uma quadrilha que tinha como alvo apartamentos em prédios de classe média alta, sem porteiro. Ao todo, são suspeitos de envolvimento em dez assaltos no último ano, em bairros como São Pedro, Santo Antônio, Vila Paris e Pampulha.

Ficha com 50 crimes

 

De acordo com a polícia, eles chegavam aos imóveis e tocavam o interfone até identificar uma unidade que estava vazia. Depois, arrombavam o portão e, no caminho até a unidade, destruíam as câmeras de segurança. Após invadirem os apartamentos, levavam dinheiro, joias e eletrônicos, por exemplo.

Eles têm diversas passagens policiais. Na ficha do suspeito mais velho, constam cerca de 50 ocorrências.

Ao todo, dupla é investigada por pelo menos dez assalto no último ano — Foto: Polícia Civil/Divulgação
              Ao todo, dupla é investigada por pelo menos dez assalto no último ano

   A polícia também conseguiu identificar um terceiro suspeito, que atuaria como           motorista do grupo, mas ele ainda é procurado. As investigações seguem na     tentativa de identificar o destino dos produtos roubados.

O delegado reforça a importância do rápido acionamento da polícia e da preservação da cena do crime.

“O registro da ocorrência é muito importante e nesse caso em questão ficou muito claro a importância de um rápido acionamento e da preservação do local porque a gente viu que o autor tinha um álibi forte, ele jogava com esse álibi e, se a gente não tivesse conseguido chegar nas digitais, possivelmente o caso ficaria ‘fraco’, na vinculação da autoria. Mas, com a digital, como o local estava preservado, o acionamento foi rápido, a Polícia Civil conseguiu recolher a digital no local e conseguiu fazer o confronto datiloscópico e chegar à autoria”, disse.