Covid-19: BH alcança taxa de normalidade de 92%, mas cuidados ainda são necessários.

Belo Horizonte alcançou taxa de normalidade de 92% para Covid-19, a maior registrada neste ano.

O cálculo é feito com base em seis parâmetros: taxa de transmissão comunitária da doença, taxa de mortalidade por Covid em 14 dias, letalidade nas últimas 10 semanas, percentual da população com duas doses da vacina, tendência da taxa de casos novos e tendência da taxa de óbitos.

Quanto maior a taxa, mais próximo da normalidade o município está. A última vez que o índice chegou a esse patamar – o mais alto ao longo de toda a pandemia – foi em 1º de dezembro de 2021. Veja no gráfico abaixo:

Evolução da taxa de normalidade para Covid-19 em Belo Horizonte — Foto: Estudo/ Reprodução

Os dados estão em um estudo realizado pelo médico infectologista Carlos Starling, da Sociedade Mineira de Infectologia, e pelo pesquisador da Associação Mineira de Epidemiologia e Controle de Infecções, Bráulio Couto.

Segundo a pesquisa, a taxa de transmissão comunitária de Covid-19 caiu de 747 novos casos por 100 mil habitantes, entre 18 de fevereiro e 3 de março, para 50 novos casos nos últimos 14 dias, de 15 a 28 de abril.

Já a taxa de mortalidade caiu de 59 óbitos por milhão de habitantes em 14 dias para 12, na mesma comparação.

Evolução das taxas de incidência de Covid-19 e de mortalidade em Belo Horizonte — Foto: Estudo/ Reprodução

Situação confortável, mas pode piorar

 

De acordo com o infectologista Carlos Starling, que era membro do Comitê de Enfrentamento da Covid-19 da Prefeitura de Belo Horizontea situação epidemiológica atual da capital é “muito confortável”, mas é preciso manter os cuidados.

Apesar de o município ter liberado o uso de máscara em ambientes fechados desde quinta-feira (28), Starling recomenda a manutenção do item de proteção, por causa da indefinição em relação à pandemia.

“Assim como nós estávamos muito confortáveis no final de novembro e princípio de dezembro, e a situação piorou como nunca antes em janeiro, a mesma coisa pode acontecer nos próximos meses. Apesar de termos uma situação epidemiológica confortável neste momento, nada nos garante que vai continuar dessa maneira, porque nós estamos vendo o que está acontecendo em outros países”, diz Starling.

Segundo ele, a incerteza continua porque as vacinas existentes contra a Covid-19 atualmente evitam as formas graves da doença, mas não impedem a transmissão do vírus.

“A eficácia das vacinas e a (imunidade conferida pela) infecção natural caem progressivamente. Em seis meses, nós ficamos novamente vulneráveis, a tendência é que tenhamos idas e vindas dessa pandemia. Temos que tomar muito cuidado ainda”, alerta.

G1 MG