PIB de Minas Gerais cresce 3,5% em 2022 e chega a R$ 924,7 bilhões, estima Fundação João Pinheiro

O Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais de 2022 foi estimado em R$ 924,7 bilhões pela Fundação João Pinheiro (FJP), o que representa crescimento real de 3,5% em comparação com o ano anterior e contribuição de 9,3% para o resultado nacional. No Brasil, o PIB avançou 2,9% em 2022, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O nosso segundo trimestre do ano passado foi extraordinário em vários aspectos. Teve uma coincidência de setores que dependem muito de fatores exógenos para seu desempenho, agropecuária, indústrias extrativas, geração de eletricidade (…) Os dois trimestres seguintes foram de contração do nível de atividade em relação a esse segundo trimestre”, explicou o pesquisador da FJP Raimundo de Sousa.

Do valor total do PIB mineiro, 63,7% é relativo ao setor de serviços; 28,9%, à indústria; 7,4%, à agropecuária.

Veja como ficou o Valor Adicionado Bruto (VAB) de cada setor:

Serviços

  • VAB 2022: R$ 521 bilhões

  • VAB 2021: R$ 443,5 bilhões

  • Crescimento real de 5%

Indústria

  • VAB 2022: R$ 235,9 bilhões

  • VAB 2021: R$ 219,4 bilhões

  • Crescimento real de 0,1%

Agropecuária

  • VAB 2022: R$ 60,7 bilhões

  • VAB 2021: R$ 49,1 bilhões

  • Crescimento real de 9,7%

No setor industrial, que obteve o menor crescimento, as indústrias extrativas e de transformação encolheram em 2022.

“Das quatro principais empresas que produzem minério de ferro em Minas, em três a gente identifica queda na produção anual (…) Essa queda teve muito a ver com o período chuvoso, que prejudicou a extração do minério de ferro, e com o lockdown ocorrido na China, que é um importante comprador do minério de ferro nosso, e com a desaceleração da economia chinesa”, disse o pesquisador da FJP Thiago Almeida.

Na indústria de transformação, houve queda na produção de alimentos, veículos e peças, produtos metálicos e têxteis. Enquanto isso, o setor de construção cresceu.

Já no setor que mais avançou em 2022, a agropecuária, os destaques são as produções de soja, cana-de-açúcar e milho. Por outro lado, a produção de leite caiu, e a colheita de café foi afetada pelas geadas de 2021.

Perspectivas para 2023

 

Para este ano, a expectativa é de baixo crescimento econômico, de acordo com os especialistas. Uma das razões é a taxa de juros elevada – atualmente, a Selic está em 13,75%.

“A perspectiva para 2023 é de crescimento econômico muito reduzido, a gente pode ficar feliz, eu creio, se conseguir uma variação real de 1%, 1,5%”, disse o pesquisador Raimundo de Sousa.

Pesquisador visitante da Diretoria de Estudos Macroeconômicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Eustáquio Reis acredita que o resultado mineiro vai depender da economia chinesa.

“Eu acho que Minas Gerais vai depender fundamentalmente da recuperação da China. O grande determinante de melhores condições de crescimento em 2023 é se a China deslanchar um pouco no seu crescimento”, afirmou.

G1 MG