
O governo do presidente Lula alcançou, agora em novembro de 2025, o maior número de cargos comissionados já registrado na administração pública federal. Ao todo, são 50,7 mil funções de confiança, após a criação de cerca de 4,4 mil novos cargos desde o início da gestão, em janeiro de 2023.
Os dados constam em levantamento do Farol da Oposição, do Instituto Teotônio Vilela, ligado ao PSDB, e foram confirmados no Painel Estatístico de Pessoal do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI).

Atualmente, o governo federal conta com 38 ministérios, número superior ao da gestão anterior, que terminou com 23 pastas.
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Segundo o Palácio do Planalto, o aumento de cargos está ligado à reorganização administrativa feita no início do mandato, com a recriação e o desmembramento de ministérios.
Embora o governo afirme que não houve criação de novas despesas, os gastos com o funcionalismo cresceram de forma significativa.
As despesas passaram de R$ 369,2 bilhões em 2022 para R$ 444,7 bilhões em 2025, com previsão de chegar a R$ 489,5 bilhões no próximo ano. Parte desse aumento se deve a reajustes salariais, novas contratações e à retomada de concursos públicos.
Os salários dos cargos comissionados também estão em alta. Atualmente, o valor máximo pode chegar a cerca de R$ 24,7 mil, com previsão de aumento para quase R$ 32 mil a partir de abril de 2026, conforme reajustes já aprovados em lei.
Onde estão os cargos
Mais da metade dos cargos comissionados está concentrada na administração direta, como ministérios e órgãos ligados à Presidência da República.
Entre as instituições com maior número de funções de confiança estão o INSS, o Ministério da Fazenda, a Polícia Federal, o Ministério da Gestão, o IBGE, o Ministério da Saúde e a própria Presidência.
As pastas que mais ampliaram o número de cargos entre o fim do governo Jair Bolsonaro e o início do governo Lula foram os ministérios da Fazenda, da Gestão, da Agricultura e do Trabalho e Emprego, além de áreas que passaram por desmembramento ou foram recriadas.
Para especialistas, o problema vai além da quantidade e passa pela falta de critérios rígidos na escolha e avaliação dos ocupantes.
Pesquisadores da área destacam que, apesar de existirem regras legais que exigem qualificação e reputação ilibada, essas normas nem sempre são seguidas na prática. Há também críticas à desigualdade salarial entre servidores de carreiras diferentes que exercem as mesmas funções de gestão.
Por outro lado, analistas reconhecem avanços recentes, como a exigência de que a maioria dos cargos de confiança seja ocupada por servidores concursados e a adoção de políticas de diversidade.
Fonte: https://realtime1.com.br/


