Mulheres acusadas de aplicar silicone industrial e matar clientes travestis em BH são condenadas a 12 anos de prisão

Duas mulheres acusadas de aplicar silicone industrial e matar duas clientes travestis durante procedimentos estéticos em BH foram condenadas, nesta terça-feira (13), pelo Tribunal do Júri de Belo Horizonte. As intervenções eram realizadas em uma casa no bairro Coqueiros, na Região Noroeste da capital.

Rayssa Karolina Feijó Ferreira recebeu uma pena de 12 anos e três meses por homicídio qualificado e fraude processual pela alteração da cena do crime. Já Geusiany Monteiro Costa foi condenada a 12 anos de prisão por homicídio qualificado. Ambas vão aguardar a fase de recurso em regime fechado.

Uma terceira denunciada teve o processo judicial desmembrado e ainda não foi a júri popular.

Mulheres acusadas de aplicar silicone industrial em cliente foram condenadas nesta terça-feira (13) em BH — Foto: Marcelo Almeida/Assessoria de imprensa do Fórum Lafayette

Mulheres acusadas de aplicar silicone industrial em cliente foram condenadas nesta terça-feira (13) em BH — Foto: Marcelo Almeida/Assessoria de imprensa do Fórum Lafayette

Segundo a investigação, no dia 6 de abril de 2022, a dupla chegou a injetar cerca de dois litros de silicone industrial nas nádegas de Rafaela Luiz Monteiro, sem assistência médica ou de qualquer profissional da saúde. A vítima passou mal e morreu no local, considerado insalubre.

Ainda de acordo com a denúncia, as mulheres tinham consciência de que poderiam causar mortes ao realizar as intervenções estéticas, mas assumiram o risco pelo dinheiro.

Rayssa e Geusiany ainda tentaram enganar os peritos e os policiais para dificultar as investigações, dizendo, falsamente, que a vítima teria feito o procedimento quatro dias antes, em Goiânia (GO), e que estaria na casa apenas para se recuperar.

Durante o inquérito, uma segunda vítima foi descoberta. Tratava-se de outra travesti, de 33 anos, que morreu no dia 1º de junho de 2022, após complicações causadas pelo silicone industrial no organismo.

Relembre o caso

 

As duas mulheres, de 22 e 38 anos, foram presas, em julho do ano passado, no bairro Coqueiros, na Região Noroeste de Belo Horizonte, suspeitas de aplicar silicone industrial em clientes.

Na época, as investigações apontaram que elas não tinham qualificação em biomedicina nem autorização para fazer este tipo de procedimento.

Além disso, as intervenções eram feitas em uma casa, local considerado inadequado e insalubre, com mofo nas paredes e sem ventilação.

Os próprios clientes eram responsáveis por levar os produtos. Os valores cobrados variavam de R$ 2 mil e R$ 3 mil.

As suspeitas ainda teriam causado duas mortes:

  • A primeira, no dia 6 de abril de 2022, quando uma travesti de 37 anos morreu depois de tomar a injeção.
  • A segunda, no dia 1º de junho de 2022, de outra travesti, de 33 anos, que teve complicações após receber silicone industrial.

 

A mulher de 38 anos já havia sido presa por crimes de homicídio, exploração sexual de menores, lesão corporal, ameaça e suspeita de chefiar ponto de prostituição em Contagem, na Grande BH.

G1 MG