Metrô de BH completa um mês parado, e servidores da CBTU mantêm greve

A greve dos metroviários, em Belo Horizonte, completa um mês nesta terça-feira (14), sem data para terminar. Os servidores da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) se reuniram em mais uma assembleia e decidiram pela manutenção do movimento paredista.

Ainda de acordo com o Sindicato dos Empregados em Empresas de Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG), uma nova assembleia está marcada para sexta-feira (16), quando ocorre uma reunião entre representantes da categoria e do governo federal, em Brasília.

O encontro pode definir o futuro dos servidores, que pedem pela manutenção dos cargos. Além disso, há expectativa para o adiamento da assinatura do contrato de concessão. Caso as reivindicações sejam positivas para os trabalhadores, existe a possibilidade de retorno do funcionamento dos trens.

O metrô foi concedido à iniciativa privada por R$ 25 milhões, durante leilão, em dezembro do ano passado. A decisão pode afetar 1,6 mil funcionários da CBTU.

A greve

 

A atual paralisação dos metroviários começou no dia 14 de fevereiro, quando as estações foram fechadas às 20h. Os funcionários da CBTU pedem a manutenção dos empregos junto ao governo federal depois que as operações da companhia foram leiloadas em dezembro do ano passado.

No dia 23 de fevereiro, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) divulgou balanço da greve dos metroviários e revelou prejuízo de R$ 6 milhões na operação. O número inclui o período de funcionamento durante o Carnaval 2023, com estimativa de aumento do número de passageiros.

De acordo com a companhia, na última edição do carnaval de Belo Horizonte, em 2020, a empresa transportou quase 800 mil passageiros em todo o sistema, de sexta a terça-feira. Só a Estação Central registrou 150 mil pessoas na ocasião.

Multa

 

O TRT-MG concedeu liminar em favor da CBTU-MG no dia 24 de fevereiro. Em decisão no último dia 14 de fevereiro, o vice-presidente do TRT-3, Desembargador Dr. César Pereira da Silva Machado Júnior, havia proferido uma escala mínima de 70% de operação dos trens, durante a greve dos metroviários.

A ordem judicial ainda determinava uma multa diária de R$ 150 mil nos dias 17 a 22/02 (período de Carnaval) e R$ 100 mil nos demais dias, em caso de descumprimento da liminar. Já no dia 17 de fevereiro, o Magistrado determinou o bloqueio do valor de R$ 250 mil das contas bancárias do Sindimetro, pelo descumprimento de liminar até aquela data.

“Atendendo ao pedido da Companhia, ontem (24), o Vice-Presidente do TRT-3 definiu pela majoração da multa para o Sindimetro, sendo aplicado, agora, o valor de R$ 200 mil por dia de descumprimento da escala mínima de operação dos trens. A nova liminar ainda traz em sua redação um acréscimo na ordem de bloqueio de mais R$950 mil das contas bancárias do Sindimetro, perfazendo o montante de R$1.200.000 (um milhão e duzentos mil reais), até a presente data, a ser “bloqueado das contas do sindicato”, diz a decisão.

O Magistrado ainda solicita aos órgãos competentes que sejam utilizadas todas as ferramentas disponíveis para fins de localização de bens do Sindimetro, inclusive com repetições de ordem de bloqueio e restrição de circulação de veículos.

De acordo com o TRT, as contas do sindicato permanecem bloqueadas. O pagamento das multas será feito com os valores bloqueados nas contas. O valor retido não foi divulgado.

G1  MG